quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CASA 72




Lembro-me de outrora, na casa de esquina, sua cor amarela, velha cor do sol. E sua árvore antiga, de folhas verdes. Com portas e janelas desiguais. De quartos feito cozinha, de redes feito cama. Fogo de fogão a lenha, banheiro no quintal. Casa adquirida por poucos cruzeiros, ou será mi réis? Casa de tia nenê, de paivei, de quem quiser. Casa de cinquenta e tantos anos. Abrigo, cantinho, lar. No seu interior as estórias estão entranhadas. De lá sabe-se estórias do alto, da revolta, do cangaço, do capitão de feijão. De lá saem meninas para festas de Pedro Fogueteiro, Sete de Setembro e de São João. De lá saem estórias tristes, como brigas entre pai e filho, entre irmãos. De lá também sai muito amor, carinho e dedicação de uma senhora mãe de doze filhos, que criou alguns netos e cozinhou muito feijão. Casa de número 72, localizada na rua da cadeia, Rua Conrado Rosa, como quiser. Casa que não é mais de quem foi, que hoje conta outras estórias. Que abriga outras pessoas. Sempre uma casa e faz parte daquilo que tenho saudades!










Por Crislaine Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário